Visão da Operadora para Gestão de Internados
Recentemente abordei o tema de forma geral e hoje utilizarei este espaço para compartilhar de forma pouco mais aprofundada alguns indicadores, que na minha percepção tem a principal função de garantir previsibilidade financeira às OPS. São eles:
1) Paciente/dia (PD): Total de beneficiários internados ou total de diárias confirmadas em determinado período. Extraído dos censos hospitalares às 00:00 do dia.
2) Média de Permanência (MP): Resultado da divisão de beneficiários internados em determinado período pelas altas hospitalares, óbitos e transferências no mesmo período.
3) Paciente/dia 1000 vidas (PD/1000): Total de PD ou diárias considerando o total de beneficiários expostos. Tende a sofrer menos interferência com aumento ou redução da carteira de beneficiários e possibilita comparações entre total de internados por hospitais, cidades, estados ou entre empresas contratantes. Obtido multiplicando o total de diárias (PD) no período por 1000 e dividindo pelo total de beneficiários expostos.
4) Custo médio da diária (CMD): Obtido do valor efetivamente pago por contas médicas (considerando glosa sustentada pós recurso) dividido pelo total de diárias autorizadas no período.
5) Custo médio da internação (CMI): Obtido do valor efetivamente pago por contas médicas (considerando glosa sustentada pós recurso) dividido pelo total de internações autorizadas no período.
6) Taxa de conversão de Pronto Socorro (TC): Obtido da divisão do total de consultas em pronto socorro pelo número de internações geradas.
OBS: Nas métricas mencionadas sugiro não considerar Internações Psiquiátricas (baixo custo e alta permanência e Internações em regime de Hospital Dia ou Ambulatoriais (baixo custo e alta frequência).
Possibilidade de junção de indicadores:
A) PD X MP = Total de diárias previstas no mês (TDP),
B) PD / MP = Total de internações previstas no mês,
C) PD X CMD = Custo assistencial baseado no número de diárias liberadas,
D) PD X CMI = Custo assistencial baseado no número de internações realizadas
E) TDP / MP / 30 = Total de Paciente/Dia (PD) ou diárias previstas em um dia de internação
F) Consultas em PS X TC = Base para previsão de internações no mês
Custo previsto com internações:
Apontei recentemente que as OPS tem seu custo assistencial em média à razão de 55-60% com internações hospitalares. Este percentual é valor/dependente da existência e efetividade dos programas de Medicina Preventiva, APS, perfil epidemiológico da carteira e regime de verticalização e rede credenciada.
Em média as operadoras têm de 60-70% destas internações realizadas em regime de urgência e 30-40% em internação eletiva.
Podemos inferir então que, dentre outras fórmulas de mensuração, sabendo o número médio histórico de consultas/mês em pronto socorro, taxa de conversão média e a média de permanência geral podemos calcular o total de diárias previstas para o mês. Assim com o custo médio da diária é possível prever com baixa probabilidade de erro (excluindo outliers) o custo assistencial para mês desejado.
Cenários em Saúde Suplementar
A) Operadoras locais com concentração de beneficiários internados preponderantemente em rede própria
a. PD/1000 = em torno de 0,40 a 0,45 dependendo de perfis epidemiológicos, atuação em Medicina Preventiva e estabelecimentos de protocolos assistenciais em pronto socorro.
b. MP= em torno de 2,5 a 2,8.
c. Custo médio diária = em torno de R$ 1.800 a 2.000,00
d. Custo médio internação = em torno de R$ 4.400,00 a R$ 4,900,00
e. Taxa de conversão de PS = em torno de 2,2 a 2,5%, dependendo da existência de recursos ambulatoriais para seguimento dos casos e/ou capacidade de aplicação de medicamentos em regime de atenção domiciliar.
No próximo post abordarei OPS com outras características.
Alguns indicadores da Unimed FESP, que possui somente rede indireta e segue regras de intercâmbio quanto à auditoria concorrente: